O projeto “Conservação e Manejo do Faveiro-de-Wilson”, espécie criticamente em perigo, do Jardim Botânico da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte conquistou, este mês, o Prêmio Nacional da Biodiversidade (PNB). O projeto, que participou junto com outras 887 iniciativas e ficou entre os 18 finalistas, ganhou o prêmio na categoria órgãos públicos. A entrega do troféu ocorreu no Palácio do Itamaraty, em Brasília, na última sexta-feira, 22 de maio, Dia Internacional da Biodiversidade.
O engenheiro florestal e coordenador do projeto, Fernando Fernandes, foi o representante do Jardim Botânico da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte e da Prefeitura de BH na cerimônia de premiação. “Receber o prêmio foi simplesmente espetacular, um momento de muita emoção. Esse prêmio, além de reconhecer o Projeto faveiro de Wilson como uma iniciativa de valor, estimula e incentiva a todos nós para prosseguir”.
Segundo Fernando, hoje o projeto recebe o patrocínio da Empresa de Cimentos Liz, mas a expectativa é que “o prêmio nos ajude a obter mais recursos, já que agora temos um desafio ainda maior pela frente, que é a implementação do Plano de Ação para Conservação do Faveiro-de-Wilson, que elaboramos no ano passado em conjunto com os nossos parceiros de outras instituições (IEF, ICMBio, UFMG, UFV, SEMAD, PMMG, CNCFlora, JBRJ, Instituto Terra Brasilis, Instituto Prístino, Associação dos Amigos da Serra do Elefante e Sociedade de Amigos da FZB-BH)”.
O Prêmio Nacional da Biodiversidade é realizado pelo Ministério do Meio Ambiente e reconhece o mérito das iniciativas que visam à melhoria ou manutenção do estado de conservação das espécies da biodiversidade brasileira. De acordo com a ministra do Ministério, Izabella Teixeira, o prêmio é muito importante “por conta de toda a pressão que sofremos quando se trata da biodiversidade, como no caso do projeto do peixe-boi”. E declarou: “Vamos lutar até o último minuto para manter os projetos de pesquisa, pois é preciso respeitar as instituições e os pesquisadores neste país”.
Durante a cerimônia, Izabella ainda falou sobre a importância da cooperação internacional para a área de meio ambiente, destacando as valorosas parcerias com o Itamaraty e demais instituições: “Esse prêmio é uma realização conjunta do MMA, do Ministério das Relações Exteriores, do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), do Banco Mundial e do Instituto Chico Mendes (ICMBio)”, destacou.
“Somos muito gratos ao MMA pela premiação e a todos os parceiros, bem como aos fazendeiros e demais proprietários que preservam o faveiro-de-wilson em suas terras. Nosso agradecimento especial aos colaboradores locais, os ´caçadores de faveiro-de-wilson´, que de forma inteiramente voluntária e com muito entusiasmo, há muitos anos, nos ajudam a encontrar e preservar as árvores do faveiro-de-wilson espalhadas pelo interior de Minas Gerais, dentre eles Sr. Enéas (in memoriam), Dioclésio, Marcinho, Naldinho, Otávio Bambirra, Toinho, Zé do Nem e Randolfo, além do primeiro deles, Sr. Wilson Nascimento (in memoriam), que descobriu a espécie em Paraopeba, na década de 1960, e que por isto foi homenageado no nome da espécie. A conquista é de todos nós!”, enfatize Fernando.