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Instituto Prístino contribui para descrição da primeira espécie endêmica das cangas do Vale do Rio Peixe Bravo

Espécie nova de Bromeliaceae endêmica do Vale do Rio do Peixe Bravo, MG. Foto: Instituto Prístino.

por Luciana H. Y. Kamino, Rubens C. da Mota e Flávio F. Carmo.

A foto acima é o registro da espécie nova de Bromeliaceae do gênero Orthophytum crescendo em uma canga no Vale do Rio Peixe Bravo, município de Riacho dos Machados, no estado de Minas Gerais. O primeiro registro foi realizado pelo Instituto Prístino em dezembro de 2017 durante uma pesquisa de levantamento florístico na região. Para identificar a espécie, os pesquisadores coletaram alguns indivíduos vivos e estéreis, que foram encaminhados aos especialistas da família Bromeliaceae para identificação. Em cultivo, assim que ela floriu, eles comunicaram ao Instituto Prístino que se tratava de uma espécie nova de Orthophytum.

Além desse processo, amostras das plantas foram coletadas, prensadas, secas em estufa, afixadas em cartolinas e devidamente etiquetadas com informações sobre a localização e as características morfológicas das plantas. Ao final do processo, as exsicatas (amostras de plantas prensadas com etiquetas) foram incorporadas em coleções científicas de plantas, como o Herbário RB do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Em janeiro de 2020, a descrição da espécie nova, denominada como Orthophytum minimum,  foi publicada no artigo “Miscellaneous news species in the “Cryptanthoid complex” (Bromeliaceae: Bromelioideae) from Eastern Brazil” da revista Phytotaxa (Doi: https://doi.org/10.11646/phytotaxa.430.3.2). A escolha do nome foi baseada na palavra “minimus” , que em latim significa muito pequena. A espécie, até então, é considerada a menor do gênero, não excedendo 7 cm de altura.

Orthophytum minimum Leme & O.B.C.Ribeiro. Imagem compilada do artigo “Miscellaneous news species in the “Cryptanthoid complex” (Bromeliaceae: Bromelioideae) from Eastern Brazil” (https://doi.org/10.11646/phytotaxa.430.3.2.). Foto: E. Leme.

O Orthophytum minimum é a primeira espécie endêmica descrita para os campos rupestres ferruginosos (cangas) do Vale do Rio Peixe Bravo. A espécie foi registrada apenas em uma única localidade conhecida como Morro do Capim, município de Riacho dos Machados, MG. Mesmo sendo registrada apenas nesta localidade, não se sabe o real tamanho da  área de extensão da espécie e muito menos a quantidade de populações existentes. Em função da ausência dessas informações, a avaliação do risco de extinção da espécie permanece inconclusiva e, portanto, foi avaliada como  DD – Dados Deficientes pelos pesquisadores (Leme et al. 2020). Uma espécie avaliada na categoria de risco de extinção DD significa que são necessárias mais informações para avaliar se a espécie está ameaçada ou não.

A equipe do Instituto Prístino agradece aos autores pela oportunidade de colaborar com a descrição do Orthophytum minimum e poder contribuir com o conhecimento da diversidade da flora do Brasil.

O Instituto Prístino realiza pesquisas científicas em Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade e em ecossistemas associados aos geossistemas ferruginosos, onde o conhecimento da flora ainda é escasso, como por exemplo, no Vale do Rio Peixe Bravo, região norte de Minas Gerais. Para conhecer nossas pesquisas no Vale do Rio Peixe Bravo, baixe o primeiro livro sobre a região, lançado em 2017. Ele está disponível no link abaixo.