Minas Gerais é o estado brasileiro com a maior quantidade de espécies de plantas vasculares, com mais de 11.200 espécies, incluindo o maior número de plantas endêmicas e raras já catalogadas no país. A maior parte dessas espécies ocorre nos ecossistemas associados aos afloramentos rochosos, como os quartzitos, granito-gnaisses, calcários e as cangas, ver abaixo.
Considerando que algumas regiões ainda são pouco estudadas, espécies não catalogadas podem ser encontradas na natureza e, após formalmente descritas por especialistas conhecidos como taxonomistas, irão elevar ainda mais o valor de conservação da biodiversidade da flora mineira. Para exemplificar essa situação, vamos apresentar duas plantas catalogadas por pesquisadores que desenvolveram estudos no Instituto Prístino.
A primeira espécie foi encontrada em afloramentos de calcário, na localidade de Curral de Pedras, município de Jequitaí, MG. Trata-se de uma pequena erva suculenta, do gênero Portulaca (Portulacaceae). Estudos mais aprofundados precisam ser elaborados para confirmar se a planta é uma espécie nova para a ciência.
Outra espécie nova para a ciência foi encontrada em algumas cangas das Serras de Gandarela e de Capanema, municípios de Rio Acima, Ouro Preto e Caeté. Neste caso, o taxonomista Eric Hattori (2013)¹ confirmou que se trata de espécie nova e endêmica das cangas do Quadrilátero Ferrífero. O autor descreveu a planta como Symphyopappus carmoi E.K.O. Hattori & J.N. Nakajima, sp. nov., um arbusto da família Asteraceae que floresce e frutifica entre os meses de novembro a abril.
¹ Hattori, E. K.O. 2013. Filogenia molecular da subtribo Disynaphiinae (Eupatorieae: Asteraceae), tratamento taxonômico e sinopse de Symphyopappus, e anatomia floral do clado Grazielia/Symphyopappus. Tese Doutorado, ICB/UFMG.